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Quando
o Cliente é Mais Que Números
Por
Renata Coltro
Grupo
Sul América incrementa infra-estrutura de call
center e aposta na Internet para melhorar relacionamento.
Vários ingredientes compõe a massa do grupo
Sul América: seguros para automóveis, vida,
acidentes pessoais, riscos industriais, comerciais e de
saúde. Fundada em 1895, a companhia conta hoje
com 15 sucursais em todo o Brasil, 96 núcleos de
atendimento ao corretor e mais de 120 escritórios.
Somando todas as categorias, a empresa tem hoje 600 mil
títulos a vencer e a estratégia para ampliar
ainda mais essa cifra é clara: atrair corretores
e segurados Sul América utilizando os recursos
da Internet.
"Isso
chama-se tecnologia do relacionamento", define João
Regis, vice-presidente de Marketing da companhia. O foco
do Web site do grupo Sul América é curioso,
mas nem por isso sem propósito. Diferente da maioria
das estratégias virtuais institucionais, os corretores
de seguro filiados à companhia são o ingrediente
que tempera a estrutura. "Temos que prestigiar as pessoas
que suportam nossa atividade e popularizar os serviços
de assistência", declara Henrique Zanetti, vice-presidente
de Administração e Informática do
Grupo.
Para
comprovar que os corretores são realmente o principal
ingrediente na estratégia de Internet do Grupo,
foi desenvolvido o Núcleo de Atendimento ao Corretor
Online (NAC). Por meio dele, os 4 mil profissionais já
cadastrados podem consultar tabelas de preços,
comissões a receber e postos de vistoria, solicitar
cobertura de automóveis, enviar propostas de seguro,
além de analisar as apólices emitidas.
Tudo
isso será fortalecido a partir de uma parceria
firmada com o portal globo.com, que vai oferecer aos corretores
cadastrados acesso gratuito à Internet. Segundo
Regis, a idéia é atingir os mais de 50 mil
corretores em todo o país. Em junho, o Grupo promete
ainda inaugurar o Web Broker, ou portal do corretor, para
que os profissionais construam as suas páginas
pessoais de trabalho. "Estamos trabalhando para compartilhar
os recursos tecnológicos já disponíveis
com a massa de corretores", declara o vice-presidente
de Marketing.
A
vez dos segurados
Todo
o empenho da Sul América em atrair corretores não
deve ser interpretado como uma única via de atuação
no mercado. O Grupo também abriu espaço
para o segurado no seu site. Além do atendimento
feito pelos corretores, o cliente pode obter, no site
da Sul América, dados institucionais, conhecer
os produtos disponíveis, consultar a rede referencial
de saúde e de farmácias credenciadas, além
de medicamentos com desconto, e também informar-se
sobre os hotéis nos quais pode obter tarifas diferenciadas.
Cotar
seguros de automóvel e de saúde e requisitar
os serviços também já é possível.
O interessado deve apenas imprimir o boleto bancário
e quitar o valor. "Essa tecnologia aumenta o relacionamento
entre o Grupo e a sociedade", destaca João Regis.
Mistura
ideal
No
ano passado, toda a rede de voz e dados do Grupo foi interligada.
O investimento de R$ 5 milhões permitiu a troca
dos PABXs antigos por aparelhos Nortel e hoje as ligações
de qualquer lugar do Brasil são urbanas, promovendo
uma economia de R$ 400 mil por mês. "O custo com
telecomunicações era muito alto", lembra
Zanetti.
Além
disso, a empresa está estudando a compra de um
data base marketing que, no futuro, pode migrar para uma
solução de CRM (Customer Relationship Management).
"As aquisições acontecem de acordo com a
necessidade de adequação da infra-estrutura",
afirma.
Instalado
no Teleporto, o Call Center Sul América possui
quatro plataformas de atendimento: Assistência,
Aviso de Sinistro, Atendimento ao cliente e Cálculo
e emissão. Mais de 200 mil ligações
por mês são direcionadas à central
e 270 posições de atendimento trabalham
24 horas por dia. Que base suporta isso tudo?
Economia
Com
uma rede de prestadores de serviço de mais de 65
mil empresas e profissionais credenciados em todo o Brasil,
a central é auxiliada pelo Finder, um software
de localização.
Quando
uma chamada é feita para aviso de acidente, por
exemplo, o produto localiza os prestadores de serviço
mais próximos do segurado, calcula a distância
e o tempo necessários para a chegada ao local do
sinistro, e também informa as principais estradas
e rotas de acesso para a resolução do problema.
Dezenove mil avisos dessa natureza são feitos mensalmente.
"O segurado usa esse meio para avisar oficialmente a ocorrência
de um acidente", declara Ramos.
Todas
as ligações direcionadas ao call center
geram uma carta pesquisa para avaliar os serviços
da Sul América. De acordo com o último resultado,
dos 15% de respostas, do total de 325 mil chamadas em
1999, houve 95% de satisfação dos clientes.
"Assim podemos aumentar a abrangência dos planos
e nos aparelhar para atender nossa demanda", frisa o superintendente.
OPINIÕES
Ao
sabor dos números
Apesar
da desvalorização cambial do ano passado,
o Grupo Sul América experimentou mais de 100% de
lucro líquido, comparado a 1998. Naquele ano, o
valor foi de R$ 104 milhões e em 1999 passou para
R$ 282 milhões.
Já
o retorno sobre o patrimônio líquido administrado
pela Controladora subiu de 11,2%, há dois anos,
para 32,4%, no ano passado.
A
expectativa é que o exercício de 2000 seja
encerrado 10% acima do mercado (o valor esperado não
foi divulgado). "Trabalhamos com 18,4% do mercado e estamos
enviando mala-direta a 60 mil corretores para que a nossa
estratégia com esses profissionais mude os números",
conclui João Regis, vice-presidente de marketing
do Grupo.
Quais
são as vantagens e desvantagens de entregar a terceiros
o setor de atendimento a clientes e quem são os principais
players do mercado
Por
Tânia Marques
Entre
aqueles que estão familiarizados com o ritmo da
indústria da tecnologia, já é quase
lugar-comum fazer defesa do outsourcing, ou terceirização
de serviços, como forma de contornar a necessidade
de fazer investimentos de vulto em hardware e software
a intervalos cada vez menores. E de reduzir o chamado
custo total de propriedade (TCO), que inclui despesas
fixas de manutenção, entre as quais se destacam
as de pessoal. Além de superar a dificuldade de
contratar especialistas em tecnologia da informação,
que até as companhias do Vale do Silício
estão amargando, por falta de mão-de-obra
qualificada. Mas as coisas não são tão
simples quanto parecem em nenhuma função
vital para os negócios. Terceirizar ou não
terceirizar o call center é uma decisão
complexa. Empresas com atuação nos mais
diferentes setores podem afirmar que tecnologia não
é seu core business, mas dificilmente uma delas
diria, em alto e bom som, que se relacionar com os clientes
está fora de seu foco. E a qualidade tem seu preço.
"É um equívoco supor que a terceirização
resulte em queda de custos imediata", avisa Roberto Madruga,
professor de Marketing Direto e Call Center da Faculdade
Getúlio Vargas-RJ e responsável pelo Contact
Center da Telemar. Quais seriam, então, as vantagens
da terceirização? Para Madruga, a maior
delas, inconcebível até bem pouco tempo
atrás, é a possibilidade de monitorar a
qualidade sem precisar montar estrutura específica,
até mesmo para o treinamento e acompanhamento das
equipes, nem ocupar espaço físico. "O Brasil
é internacionalmente reconhecido por seu expertise
em atendimento e conta com bons fornecedores de serviços",
observa ele.
A
seu ver, outro benefício importante é a
flexibilidade para a ampliação do número
de posições de atendimento (PA) no lançamento
de campanhas e outras situações de sobrecarga.
"Já vi um prestador de serviços contratar
150 operadores em uma semana", exemplifica. Madruga acredita
que a participação de terceiros especializados
em atendimento, que segundo os cálculos do mercado
responde por 10% a 15% das 70 mil a 80 mil PA disponíveis
no País, deverá saltar para algo entre 30%
e 40% em cinco anos. E o número de PA está
crescendo a uma taxa de cerca de 30% ao ano.
Por
sua vez, pondera ele, as estruturas internas apresentam
as vantagens de proximidade com o centro decisório,
acúmulo de conhecimento dos produtos e serviços
oferecidos pelas empresas por parte dos operadores, uso
das estruturas de recursos humanos, administração
e marketing para alimentar o call center e, obviamente,
maior facilidade de integração com os diversos
departamentos envolvidos no relacionamento com os clientes
- de faturamento e cobrança a logística.
E Ione Almeida, gerente de Atendimento da Nestlé,
falando sobre o assunto no Fórum Internacional
de Atendimento ao Consumidor, realizado pela Associação
Brasileira de Anunciantes (ABA), em São Paulo,
em agosto, mencionou, além desses benefícios,
a maior agilidade na solução do atendimento,
a quebra da hierarquia e o conhecimento dos valores e
da missão da empresa. Entre as desvantagens percebidas
por Ione estão a delicada questão dos custos,
a necessidade de dedicar um enorme tempo e um grande contingente
de pessoas ao atendimento e a dificuldade de dimensionar
a equipe e evitar turnover (rotatividade de funcionários)
alto.
É
justamente no conhecimento específico da gestão
de pessoal nos ambientes de call center que Divino Sebastião
de Souza, diretor-superintendente da ACS, empresa do grupo
Algar que presta serviços de call center, fundamenta
sua defesa da terceirização. "Empresas especializadas
em atender estão totalmente voltadas para aprimorar
procedimentos e, dependendo da maturidade da relação
com o cliente, podem chegar a promover a completa identificação
dos operadores com a empresa que eles representam perante
seus interlocutores", diz ele. Souza atenta, porém,
para a importância da distinção entre
o outsourcing do atendimento e a transferência da
responsabilidade pelo relacionamento entre as companhias
e os consumidores de seus produtos e serviços,
que, a seu ver, deve sempre se orientar pela estratégia
definida de cada empresa. "Podemos colaborar para decisões
de CRM, com sugestões para um melhor aproveitamento
das informações colhidas no call center
via integração, mas as decisões são
sempre das empresas contratantes", comenta ele. A maior
parte dos clientes da ACS, acrescenta, está assimilando
rapidamente a necessidade de implantar processos para
obter maior conhecimento de seus clientes.
Meio
de campo
Guilherme
Corrêa Porto, diretor da Plusoft, prevê a
emergência de um novo tipo de profissional interno
nas companhias: o gestor do relacionamento. "Não
se trata do gerente de CRM, mas de uma nova figura, voltada
à administração do trabalho dos prestadores
de serviços terceirizados e sua integração
aos processos e procedimentos da companhia", explica.
José Melo, gerente de Marketing da Telecentral
Teletrim, considera fundamentais essa interface e a formação
de uma cultura corporativa direcionada para a análise
de dados relativos aos clientes, para o sucesso completo
de uma operação de um call center - aqui
entendido como uma central de contatos com vista a conquistar
a lealdade dos consumidores e gerar novos negócios.
Madruga, da Telemar, alerta para a necessidade de desenhar
processos e estabelecer procedimentos que assegurem o
fluxo da informação como vetor do bom atendimento
em todos os planos, também atribui a responsabilidade
última pela qualidade às companhias contratantes.
Sérgio Noronha, gerente de Tecnologia para a América
do Sul da Stefanini, destaca a intimidade entre os benefícios
da manutenção de estruturas internas e a
definição das estratégias de gerenciamento
de relações com clientes (CRM), que, segundo
ele, devem estar completamente implantadas nas grandes
empresas com operação no País dentro
de dois anos.
O
conceito de CRM, sabe-se, é amplo e presume o envolvimento
das mais diversas áreas de uma companhia para a
promoção da satisfação plena
do cliente e sua conseqüente fidelização.
Na opinião de Noronha, o recurso a terceiros nas
estruturas de atendimento receptivo só deve se
dar nos casos em que a demanda constante for muito baixa
ou em campanhas de telemarketing ativo. A gerente de atendimento
ao consumidor da Nestlé, que terceiriza parte de
seu contato com o cliente via web, considera o outsourcing
particularmente aconselhável em iniciativas de
caráter promocional, que não requerem, a
priori, conhecimentos acumulados sobre produtos e serviços.
"Não existem fórmulas mágicas", afirma
Madruga, que recomenda rigorosa análise que, além
do investimento, leve em conta o nível de serviço
desejado. Na prática, isso significa decidir quantos
toques telefônicos o cliente pode ouvir, quanto
tempo ele pode ficar na fila de espera, se as informações
podem ou não ser fornecidas automaticamente (URA)
e quanto tempo deve durar um diálogo com o operador.
Dependendo
do tipo de cliente em questão, até a capacidade
de resposta dos operadores a questões que escapem
à lista das perguntas mais freqüentes (FAQ
- Frequently Asked Questions) pode afetar a percepção
da qualidade do atendimento.
No
processo de seleção de um birô, Madruga
recomenda a verificação do índice
de satisfação de clientes já ativos,
a adoção das melhores práticas na
operação e a análise dos sistemas
de avaliação e recompensa do pessoal, que
devem abranger planos de carreira, políticas de
qualidade e reconhecimento dos valores a infra-estrutura
tecnológica e a capacidade de geração
de relatórios para controle. Outro aspecto fundamental
é a oferta de recursos de monitoração,
cuja implementação prática deve ser
bem definida na contratação.
Madruga
afirma ainda que companhias com call centers internos
que estejam planejando migrar para a terceirização
do atendimento devem fazê-lo de maneira progressiva,
testando o fornecedor em tipos de atividades diversos
por um período variável de 30 a 90 dias.
"Nunca se deve entregar 100% da operação
de uma só vez."
Os
terceiros
Se
cada caso é um caso quanto à decisão
de terceirizar, os diversos birôs prestadores de
serviços também se diferenciam quanto à
forma de operar. Consumidor Moderno falou com alguns deles
para traçar perfis preliminares. Confira.
A
política de recursos humanos é uma das molas
mestras da operação da ACS, que funciona
em uma estrutura física que se assemelha a um shopping
center e está instalada em uma fazenda. No recrutamento
de pessoal, a empresa só aceita candidatos que
já tenham se submetido a um curso com duração
de 200 horas, com informática e marketing no currículo,
e tenham ensino médio completo. Durante o processo
seletivo, a ACS aplica testes psicológicos para
identificar habilidades de relacionamento. A companhia
aloca equipes específicas para cada clientes e
aceita jobs esporádicos. "Sempre que possível,
procuramos aproveitar os conhecimentos acumulados pelos
operadores nesses jobs", afirma Divino Sebastião
de Souza, diretor-superintendente. De acordo com ele,
a ACS, que atualmente tem 1.300 posições
de atendimento, está próxima de esgotar
sua capacidade operacional. A empresa inaugurará,
no primeiro semestre de 2001, novo site com 1.400 PAs,
em Uberlândia mesmo. Além disso, está
finalizando a implementação de um web call
enter, completo, para comunicação por voz,
chat e vídeo. "O projeto está sendo desenvolvido
para um cliente, que poderá implantá-lo
daqui a aproximadamente um ano", conta Souza. Entre as
empresas usuárias dos serviços da ACS estão,
por exemplo, a TAM, a CTBC Telecom e American Express,
que, conforme Souza, é referência internacional
para a AmEx.
ACS
foi o primeiro birô brasileiro a obter a certificação
ISO 9002 para todos os processos internos. "Outras empresas
certificaram apenas a parte técnica", alfineta
Souza. Segundo ele, a ACS trabalha com os preços
oferecidos por birôs de seu porte, em parte porque
o mercado de trabalho de Uberlândia possibilita
a contratação de mão-de-obra qualificada
a valores menores que os observáveis em grandes
centros como São Paulo e Rio de Janeiro. A ACS
opera com hardware da Lucent e software de diversos fabricantes.
Faturou R$ 12 milhões em 1999 e projeta faturamento
de R$ 40 milhões para este ano.
Braço
de operação de call center do grupo Young
& Rubicam, um nome tradicionalmente forte da área
de propaganda e marketing, a Action Line recentemente
nomeou Elias Rogério da Silva, oriundo do setor
de tecnologia, seu diretor-presidente. A empresa, até
por sua origem, busca o maior nível possível
de integração com os sistemas de seus clientes,
já visando a implementação de estratégias
de CRM. "É preciso assegurar um bom fluxo de dados
para não incorrer em erro em função
da divergência ou da duplicidade de registros",
reflete Silva.
Atuando
há cerca de seis anos na Argentina, onde mantém
mais de 800 posições de atendimento, a Action
Line chegou ao Brasil há pouco menos de dois anos,
para atender a dois clientes do próprio grupo Y&R.
Em 1999, abriu-se para o mercado. Entre seus clientes,
figuram o Citibank, a Folha de S. Paulo e a divisão
de telefonia celular da Ericsson. A empresa busca estabelecer
relações de longo prazo com os usuários
de seus serviços e, segundo Silva, só desenvolve
jobs de campanha que lhe são encomendados em tempo
hábil para recrutar pessoal de modo adequado a
seus critérios de seleção. "É
perfeitamente aceitável que uma companhia queira
experimentar antes de estabelecer uma parceria duradoura."
A
Action Line usa estrutura de hardware da Lucent e produtos
de software da Vantive e da Siebel, também desenvolvendo
programas sob medida para seus clientes em linguagem C++.
Seus operadores têm, no mínimo, ensino médio
completo e seu salário começa em torno de
R$ 400, podendo chegar a R$ 700. O faturamento da empresa
na América Latina atingiu US$ 15 milhões
e, conforme as previsões de Silva, deve alcançar
US$ 17 milhões neste ano. A Action Line não
divulga sua receita por país.
O
maior birô do Brasil, que, respondendo diretamente
à holding Telefônica S.A. (e não à
Telefonica Internacional, que tem sob seu guarda-chuva
a operação de telefonia em diversas partes
do planeta), tem presença em mais 15 países.
A Atento fincou estaca em território brasileiro
no final de 1998. Ao longo de 1999, solidificou sua atuação,
fechando o ano com 6 mil posições de atendimento.
Em novembro daquele ano, adquiriu a Trilha; em abril último,
incorporou também a 4A, que lhe acrescentou à
carteira de clientes nomes como Direct TV, Coelba e Pagenet,
entre outros.
"Um
dos problemas da qualidade do atendimento no Brasil é
justamente a opção pelo modelo de call center
interno, que muitas empresas fizeram até pouco
tempo atrás por falta de grandes players especializados",
opina Agnaldo Calbucci, vice-presidente Comercial da Atento.
A seu ver, as empresas brasileiras têm consciência
da necessidade de primorar os serviços de call
center.
Segundo
Calbucci, a Atento projeta o atendimento conforme as necessidades
dentificadas pelo cliente, que pode optar por ter equipe
de operadores exclusiva ou compartilhada. "A escolha se
fundamenta na complexidade da operação",
diz o executivo. "Um serviço de mensagens de paging,
por exemplo, é relativamente simples e não
demanda alta carga de treinamento; já o atendimento
m um SAC exige conhecimento dos produtos e serviços",
observa.
Ele
afirma que todo o pessoal de atendimento da Atento tem
no mínimo ensino médio completo e que conhecimentos
básicos de informática, boa dicção
e audição são os pré-requisitos
no recrutamento. Os salários começam em
pouco mais de R$ 300 e, de acordo com Calbucci, podem
multiplicar-e diversas vezes. "Temos operadores ganhando
R$ 1.500."
Entre
os clientes da Atento, estão, por exemplo, Multibrás
e Ford. A Atento, que já disponibiliza web call
center, registrou receita de R$ 69 milhões em 1999
e, de acordo com as projeções de Calbucci,
fechará este ano com faturamento de R$ 500 milhões.
"Encerramos o primeiro semestre com receita superior a
R$ 200 milhões", assegura ele.
O
birô, que se define como empresa com enfoque em
recursos humanos, tem entre seus clientes companhias do
setor de tecnologia, como Microsoft e Motorola, que, pela
própria natureza de seus negócios, demandam
qualificação do atendimento. "Montamos equipes
completas, da qual podem fazer parte até profissionais
de engenharia", diz Maria Inês Moraes, diretora
da Ckapt, que, no mercado há 13 anos, associou-se
em 1999 ao grupo francês Teleperformance. A empresa
planeja implantar, em breve, um web call center na região
de Campinas.
Segundo
Maria Inês, 70% da operação da Ckapt
Teleperformance é voltada para o relacionamento
com os consumidores dos produtos e serviços de
seus clientes e que a operação de call center
é totalmente integrada às redes de dados
das empresas, para monitoramento e atualização
constante das bases de dados. "Freqüentemente organizamos
mesas-redondas entre os clientes e o pessoal de operação,
para garantir sintonia máxima", conta ela.
A
Ckapt também aceita jobs temporários. O
piso salarial interno dos operadores da empresa é
de R$ 440. "Só ganham o piso profissionais totalmente
inexperientes", diz Maria Inês. De acordo com ela,
o turnover do birô correspondeu, em 1999, a 3% e
vem baixando desde então. Operadores experientes
e com qualificações específicas recebem,
em média, R$ 1.300 por uma jornada de trabalho
de oito horas diárias. "Damos preferência
a candidatos com nível universitário.
A
empresa, que nasceu como braço de telemarketing
do grupo CSU e agora ganha independência e passa
a chamar-se CSU Telesystem, esforça-se para promover
a maior afinação entre os projetos de cada
cliente e os supervisores de atendimento deles encarregados,
que literalmente vestem a camisa da empresa que representam
junto aos operadores.
"Temos
uma política de RH claramente estabelecida, com
remuneração variável para as equipes
de vendas e prêmios para os que se destacam pela
qualidade em qualquer tipo de operação",
afirma Wellington Antônio Longo, diretor executivo
da CSU Telesystem. Recentemente, a empresa lançou
uma campanha motivacional que, com o nome de ACE (sigla
de Atitude, Conquista e Eficiência, que também
significa Ás em inglês), elege semanalmente
os 20 melhores operadores, que participam de um café
da manhã com a diretoria, no qual podem dar sugestões
para o aprimoramento dos processos. "Aqueles que se elegerem
entre os 20 melhores do ano terão, além
do reconhecimento, compensação financeira",
conta Longo.
Os
critérios de avaliação dos profissionais
de operação incluem conhecimentos técnicos,
desempenho nos contatos, tempo médio de atendimento,
taxa de disponibilidade e absenteísmo. Os salários
do pessoal de operação da CSU Telesystem
variam de R$ 400 a R$ 900, garante Longo.
Da
carteira da CSU Telesystem, fazem parte nomes como os
do grupo Pão de Açúcar, Raiovac,
HSBC e Porto Seguro. A empresa busca tanto relações
de longo prazo com seus clientes quanto jobs de curta
duração. De acordo com as previsões
de seu diretor executivo, a CSU Telesystem atingirá
a marca das 5 mil posições de atendimento
até 2002.
Com
origem no segmento de desenvolvimento de aplicativos de
software, a empresa oferece, além da operação
de call center em si mesma, consultoria técnica
para a implementação do projeto e sua integração
com os sistemas dos clientes, visando à implantação
futura de estratégias de CRM (Customer Relationship
Management). A Plusoft possibilita monitoramento remoto
da operação, via web ou linhas dedicadas.
A empresa também investe no desenvolvimento do
pessoal e na manutenção das condições
ambientais propícias à produtividade. "Cada
grupo de 15 atendentes tem um supervisor, e o plano de
carreira para operadores presume os níveis iniciante,
pleno e sênior", afirma Guilherme Corrêa Porto,
diretor da Plusoft. De acordo com ele, os salários
variam, nessa escala, entre R$ 580 e cerca de R$ 800.
A Plusoft tem foco em contratos visando ao longo prazo,
mas também desenvolve campanhas. "Salvo raríssimas
exceções, não alocamos nosso quadro
fixo nas campanhas, para não gerar estresse", diz
Porto. "Nesses casos, procuramos recorrer a mão-de-obra
temporária." A Plusoft usa hardware da Siemens
e uma série de aplicativos desenvolvidos internamente,
com customização para cada cliente.
Posicionando-se
como um birô com consultoria para a orientação
de seus clientes às chamadas best practices (melhores
práticas) do mercado, a Softway utiliza hardware
da Lucent e aplicativos desenvolvidos internamente. "Nosso
desenvolvimento é muito ágil e pode dar
conta de aplicações que vão desde
banco de dados a pesquisa", afirma Alessandro Goulart,
diretor de call center da empresa, que, como a Plusoft,
também tem origem na área de software. A
Softway não exige experiência anterior ao
contratar atendentes e recruta com a oferta de um plano
de carreira promissor. 95% dos nossos supervisores, gerentes
e pessoal de treinamento já passaram pela operação",
revela Goulart. A Softway tem 12 níveis de operadores
- de Júnior I a Master III. O piso salarial para
o atendimento receptivo é de R$ 540, com plano
de saúde para o profissional. Os benefícios
ampliam cobertura na medida do progresso na carreira.
O piso para os operadores de telemarketing ativo é
de R$ 380 fixo, mais remuneração variável.
"Alguns operadores têm retirada mensal superior
a R$ 1.000", diz Goulart.
Com clientes como Telefônica, Credicard e Editora
Abril, o birô conta com um ombudsman para atender
os operadores, além de psicólogos, pedagogos
e fisioterapeutas, para orientar suas equipes a evitar
os males da LER (lesão por esforço repetitivo),
como tendinite e tenossinuvite. "Temos só um caso
de afastamento por essa causa", conta Goulart. "Nosso
turnover não chega a 1%, e queremos aumentá-lo
para 1,5%, porque também é importante renovar",
observa ele. A Softway não trabalha com jobs, a
não ser nos casos em que a contratação
temporária tem por objetivo avaliar a qualidade
do serviço para o possível estabelecimento
de uma relação de mais longo prazo. A empresa
estabeleceu, em janeiro passado, parceria com a TMG, que
adquiriu parte do capital da holding que a controla, em
um negócio envolvendo R$ 25 milhões. A empresa
está lançando um web call center, que de
início oferecerá chats e pretende chegar
a 2 mil PAs até o fim de 2001. "Estamos crescendo
a taxas de 50% a 60% ao ano." Originária da operação
de serviços de paging, a empresa reformulou-se
para oferecer também outsoucing de atendimento
ao mercado. "Desde logo, estabelecemos o diferencial de
operar como um contact center, com voz, fax, e-mail, chat",
afirma José Melo, gerente de Marketing da Telecentral
Teletrim. "Também operaremos com voz sobre IP assim
que essa modalidade de serviço estiver regulamentada",
anuncia ele. De acordo com Melo, a Telecentral Teletrim
oferece soluções desenhadas especificamente
para cada cliente, visando sempre a máxima integração
com seu planejamento de marketing - e com sua rede de
dados, é claro. "Entendemos que estimular a formação
de uma cultura voltada para o aproveitamento das informações
é parte do nosso trabalho", diz ele. A Telecentral
Teletrim também oferece consultoria. Outro ponto
forte de sua operação é a infra-estrutura
logística criada, originalmente, para a distribuição
de pagers, com o compromisso expresso de entrega em até
48 horas em qualquer parte do País. "Isso nos habilita
a monitorar encomendas feitas por meio do comércio
eletrônico, um serviço para o qual estamos
agora formalizando acordos operacionais", comenta Melo.
Os operadores de Telecentral Teletrim ganham, segundo
o gerente José Melo, de R$ 330 a R$ 1.000 por mês,
dependendo da complexidade do atendimento que esteja prestando.
Com clientes como Editora Globo, Net e Blockbuster, a
empresa também desenvolve campanhas e estabelece
parcerias para dar conta de transbordo em call centers
internos. Opera com hardware da Nortel e aplicativos de
software de diversos fabricantes.
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