Ponto
de Vista da EXAME - O que é Call Center?
Cuide
bem de seu cliente, senão seus competidores irão
cuidar, logo, logo. Essa máxima de marketing, do
começo do século, nunca foi mais verdadeira
do que nestes tempos de globalização, novas
tecnologias da informação e Call Center.
Emr outras palavras, se sua empresa não da ao cliente
a atenção que ele merece, esteja certo de
que seus competidores cuidarão dele com muito carinho,
antes que você possa reagir.
O
triângulo formado pela confluência de Telecomunicações,
Computadores e Marketing deu origem aos novos Serviços
de Apoio ao Cliente, em geral centralizados num numero
telefônico de prefixo 0800, de discagem direta gratuita.
Nesse triângulo, nasce o Call Center, sistema que
recebe chamadas e abre o dialogo com a sociedade. De um
lado, a empresa ou a instituição pública.
De outro, o cidadão em busca de informação,
reservando avião ou hotel, pedindo informação
sobre um novo leite em pó, encomendando um aparelho
de ginástica, reclamando da poluição
do Rio Tietê, ou dando sua opinião num programa
de TV. O conceito moderno de Call Center envolve a utilização
adequada e no mais alto grau dos recursos de administração
da informação, de marketing criativo e de
comunicações – telefonia, fax, correio de
voz, Internet ou outros.
A
informação é o ingrediente central.
Tudo o mais é meio, seja um moderno PABX digital,
bancos de dados, sua website. Não basta abrir as
portas de sua empresa ao contato com o mercado: é
preciso escancará-las. Esta análise da EXAME
visa proporcionar uma visão atualizada e moderna
do Call Center, de seu papel, de sua importância
e – acima de tudo – de como utilizá-lo adequadamente.
Call
Center
A
Grande Arma na Competição
Para
conquistar o mercado, a receita é muito simples:
telecomunicações, informática e um
bom marketing Call Center? Que é isso? Muitos executivos
o conhecem por nomes genéricos como Comunicação
Empresarial. Outros, por Telemarketing. Outros, por PABX.
De qualquer modo, a maioria dos empresários, executivos
e administradores públicos ainda não tem
mais que uma idéia vaga do Call Center, conforme
comprovou revista especializada em recente pesquisa. Se
esse é o seu caso, não perca tempo: atualize
seus conhecimentos e, mais do que isso, implante o Call
Center em sua empresa. Associando os recursos mais modernos
de Telecomunicações, Informática
e Marketing, o Call Center faz empresas vitoriosas.
Para
a empresa moderna, não basta gozar de saúde
econômica, ter bons produtos e demonstrar alta produtividade
se não dispuser dos mesmos recursos competitivos
que o mundo consagrou. O Call Center é um desses
recursos competitivos. Nesse sentido, empresas vitoriosas
são aquelas que abrem suas portas ao cliente, que
criam canais para a comunicação cada vez
mais fácil com seus clientes, que estão
sempre prontas a ouvir, informar, esclarecer, orientar.
Esse salto de qualidade envolve, entre outras, planos
de saúde, hospitais, companhias de seguros, entidades
de previdência, indústrias de alimentos,
de computadores ou de automóveis, bancos, administradoras
de cartões de crédito, redes hoteleiras,
agências de turismo, companhias aéreas, operadoras
de serviços de telecomunicações,
universidades, editoras e jornais.
Na realidade,
não há um modelo único de Call Center
para todos. Cada empresa ou segmento de atividade é
um universo. Assim, cada cliente tem características
e necessidades distintas, que precisam de soluções
sob medida e personalizadas. Sistemas de Call Center cada
dia mais modernos passam a ser utilizados os mais diversos
setores, desde as centrais de telemarketing – ativas ou
mistas – até os serviços de interesse publico
mais amplos, como centros médicos e hospitalares,
prontos-socorros, corpo de bombeiros e policia. Mesmo
no caso das recepções de grandes hotéis,
o Call Center já presta excelente serviço
na reserva de mesas para jantar e serviço de quartos.
A boa
comunicação não é vital apenas
para o setor privado, como muitos ainda pensam. O diálogo
com o publico é requisito essencial para o sucesso
de governos, agências reguladoras e empresas de
serviços públicos. O triângulo do
sucesso Call Center não é apenas espaço
físico, equipamentos e pessoas. É muito
mais que tudo isso. Do ponto de vista conceitual, ele
envolve três elementos básicos. O primeiro
deles é software, ou seja, um conjunto de programas
que ajuda a empresa a alcançar as soluções
mais eficientes. Em segundo lugar vem o hardware, com
as ferramentas que nos fornece, tais como PABX, banco
de dados, telecomunicações. Por último,
mas não menos importante, o Call Center é
humanware, uma palavra que volta a ter sentido estratégico,
significando os talentos humanos, a cultura do usuário
e a competência operacional.
De nada
vale dispor dos recursos tecnológicos mais avançados
de software e hardware se o seu pessoal de operação
não estiver altamente preparado e motivado. É
como entregar um Rolls-Royce a um mau motorista. Mas o
que precisamos fixar como meta central é que o
Call Center existe para abrir as portas da empresa ao
mercado, tornando-se o mais eficiente centro de atendimento
de clientes.
A sigla
SAC tem sido popularizada nos últimos tempos para
significar "Serviço de Apoio ao Cliente". Ela aparece
em muitos rótulos de produtos, com um telefone
de prefixo 0800, destinado ao atendimento do cliente ou
do consumidor. Ele é um convite ao diálogo.
Em lugar de chamarmos um simples PABX e perdermos tempo
até descobrir a pessoa, ou departamento responsável
pelas informações ao consumidor, nos chamados
gratuitamente o Call Center, ou Centro de Atendimento
de Clientes. Eis ai um ponto muito positivo: as ligações
dirigidas aos Call Centers são sempre gratuitas
para os clientes que chamam. Essa é a filosofia
básica das empresas que querem vender: pagar os
custos da ligação para atrair mais clientes.
Nos Estados
Unidos, onde nasceu o sistema, todos os Call Centers tem
o número 800 como código nacional. E, para
se ter uma idéia do poder das telecomunicações
como ferramenta de negócios, basta lembrar que
42% de todas as ligações interurbanas feitas
nos Estados Unidos se dirigem a Call Centers. É
algo impensável nestes dias de globalização
e competição não contarmos com o
apoio de Call Center em nossas relações
com companhias de seguros e assistência médica,
bancos, administradoras de cartão de crédito,
companhias aéreas, agência de viagens, jornais,
companhias telefônicas, centrais de reservas. E
quem quer preservar sua clientela, dando-lhe a melhor
atenção, precisa saber usar o Call Center.
Com ele, milhares de pessoas passam a obter quaisquer
esclarecimentos adicionais sobre produtos ou serviços,
para reclamar ou para dar sugestões e até
para fazer reservas mais rápidas.
A tecnologia
continuara evoluindo aceleradamente daqui para o futuro.
Do lado das telecomunicações, as plataformas
PABX serão sempre mais sofisticadas, aprimorando
sempre suas facilidades, a começar da Distribuição
Automática de Chamadas (ACD-Automatic Call Distributor)
e da Unidade de Resposta Audível (URA). Do lado
da informática, as empresas contarão com
bancos de dados cada dia mais funcionais, alimentados
com softwares criados especialmente para o Call Center,
totalmente user's friendly e, em especial, dotados de
telas básicas "pop-screen" que facilitam
enormemente o trabalho dos funcionários atendentes.
É importante frisar uma vez mais: não bastará
dotar sua empresa do melhor Call Center se as pessoas
que vão cuidar dele no dia-a-dia não estiverem
bem preparadas e altamente motivadas.
Marketing
para um Novo Mundo
Para
a empresa, o Call Center é a ferramenta de marketing
para o mundo na era da informação o conceito
de Call Center não tem mais de 10 anos. De um lado,
a evolução tecnológica, nesse período,
tem sido extremamente rápida, oferecendo os instrumentos
básicos para a comunicação empresarial.
Mesmo assim, nem todas as empresas mostram-se familiarizadas
com as soluções informatizadas do Call Center.
Nessa evolução tecnológica acelerada
surgem a cada dia novos recursos ou novos pedidos de facilidades
a serem incorporados aos sistemas.
E
tudo indica que essa evolução continuará
ainda por muitas décadas. A grande alavanca do
desenvolvimento do Call Center, no entanto, vem do lado
do Marketing. Para o professor Carlos Alecrim, responsável
pelas disciplinas de Marketing Direto e Telemarketing
nos cursos de pós-graduação da Fundação
Getúlio Vargas, as mudanças na área
de marketing exigem das empresas uma nova atitude: "Ha
um novo tipo de pensamento estratégico de marketing.
Ele oferece significativa vantagem aqueles que o utilizam
primeiro. É o auge de uma mudança gradual
que vem ocorrendo ha décadas. Tal pensamento não
se aplica igualmente a todas as situações
e a todos os produtos, mas onde se adapta. A compreensão
desta mudança de direção pode ser
essencial para se conquistar a vantagem competitiva sobre
a concorrência e, em outros casos, para, ao menos,
garantir a sobrevivência."
Para
Alecrim, "a mudança, muitas vezes, é algo
tão sutil que, quando a percebemos, ela já
ocorreu". Por isso, ele diz que é preciso chamar
a atenção do mundo dos negócios para
as novas tendências do marketing moderno. Nesse
sentido, ele lembra uma recente matéria de capa
da revista Business Week, sob o título "Aproximando-se
do Novo Consumidor" – que da uma clara idéia de
como as mudanças no comportamento social afetam
a comunicação com o cliente –, da qual vale
a pena citar o trecho seguinte: "A vida era bem mais simples.
Os negociantes de massa, tais como Procter & Gamble,
criavam produtos inovadores relativamente úteis
e os anunciavam na televisão. Todas as donas de
casa com idade entre 18 e 34 anos que assistiam aos programas
viam os anúncios e corriam para comprar fraldas
descartáveis ou detergentes.
Os
comerciais eram aborrecidos, mas saturavam os programas
de rádio e repetiam sem parar o nome dos produtos.
Os supermercados enchiam as suas prateleiras e os consumidores
chegavam e compravam. Hoje, as coisas não são
mais assim. As verdadeiras inovações de
produtos são raras.
E
a maioria das mulheres americanas entre 18 e 34 anos não
está mais sentada em casa assistindo as suas novelas.
Estão na escola, ou trabalhando como advogadas
ou motoristas de taxi ou ainda como operadoras de tornos.
Um jovem de 15 anos pode estar fazendo as compras de casa.
Muitos
clientes são solteiros, muitos são idosos.
Outros nem sabem ler." Comentando essas idéias,
o prof. Alecrim lembra que isso não é tudo:
"Há muito mais, especialmente a acirrada concorrência
no mercado.
A
cada ano que passa, surgem novas empresas e melhores produtos.
Isso nos dá uma idéia do congestionamento
de informações na mente do consumidor, causada
pela luta por um posicionamento. Só para ilustrar
o ritmo de transformações que vivemos nos
últimos anos, basta lembrar que ha 20 anos havia
menos de 50 mil computadores em uso no mundo. Hoje, são
vendidos mais de 50 mil computadores por dia." Nesse quadro
de mudanças, os sistemas de Call Centers se tornam
fator de competição entre as empresas. Desde
que uma empresa de um salto de qualidade, passando a utilizar
um Call Center mais moderno e mais eficiente, seus concorrentes
são obrigados a evoluir também na mesma
direção.
Sem
entrar em aspectos complicados da tecnologia, podemos
dizer que o Call Center é a associação
dos meios de telecomunicações com os bancos
de dados de uma empresa ou organização,
de modo a permitir que seus clientes possam dispor de
um Centro de Atendimento rápido, eficiente e completo.
Do lado tecnológico, o Call Center utiliza os recursos
de CTI, sigla internacional que significa Computer Telephony
Integration. Ao ler manuais de Call Center, você
encontra com freqüência a sigla CTI, algumas
vezes como sinônimo de Call Center. Mas não
é um sinônimo perfeito. CTI refere-se apenas
ao lado tecnológico. Por isso, não confunda
CTI com Centro de Terapia Intensiva, uma variante da UTI.
A rigor, Computer Telephony lntegration é o conjunto
de aplicações que exige a mais completa
e funcional integração de Computadores e
Telecomunicações.
Conforme
explica Marcelo Thalenberg, da B.I. Tecnologia, CTI é
a "indústria que coloca inteligência nos
equipamentos de telecomunicações, atendendo
ao mercado de telefonia pública e privada". Ele
também faz pilhéria, dizendo que CTI equivale,
na prática, a expressão "Cliente Tratado
lnteligentemente". Exemplos concretos de Computer Telephony
tntegration são: atendimento automático,
correio de voz, audiotexto, processamento simultâneo
de voz e dados e o próprio Call Center do ponto
de vista tecnológico.
Os
recursos de telecomunicações envolvem basicamente
um PABX adequado, com os requisitos de atendimento automático,
distribuição e encaminhamento de chamadas,
supervisão e estatísticas.
Os
bancos de dados, acoplados as posições de
atendimento, devem apresentar aos atendentes uma tela
criada e planejada exclusivamente para o tipo de empresa
ou serviço a ser atendido. Com seu fone de ouvido
levíssimo e microfone de alta sensibilidade, a
pessoa que atende pode responder a qualquer pergunta,
acessando rapidamente esse banco de dados. Além
das funções básicas de PABX e banco
de dados, os modernos sistemas de Call Center dispõem
de recursos de supervisão que permitem acompanhar
o trabalho de cada atendente, redirecionar chamadas, gravar
determinados diálogos, fazer relatórios
estatísticos e estimular a produtividade.
Em
determinados momentos do dia, o volume de chamadas a um
Call Center pode ser maior do que a sua capacidade de
atendimento. Nesse caso, uma gravação atende
a cada chamada e vai colocando cada cliente em fila de
espera. Primeiro cuidado: seu Call Center deve ter linhas
telefônicas de acesso suficientes para a maioria
dos momentos de pico, reduzindo o tempo de espera a um
ou dois minutos, no máximo. Segundo cuidado: não
ponha musiquinhas chatas a tocar repetidamente no ouvido
do cliente. Nem insista em mensagens publicitárias
muito longas ou repetitivas. Não corra o risco
de perder seu cliente no último minuto, aborrecendo-o.
Num Sistema de Atendimento a Clientes, mesmo antes de
atender a uma chamada, o funcionário já
pode identificar o número de quem chama, preparar
uma tela do computador e abrir o cadastro desse cliente.
A
facilidade que existe para muitas empresas terceirizarem
seus serviços de call center e dedicarem-se apenas
ao seu foco de negócios não se encaixa no
perfil das que vendem seguros e planos de saúde.
Pelo menos esse é o caso da Amil, Sul América
Aetna e Bradesco Seguros. O diferencial que essas empresas
oferecem aos seus clientes são os médicos
de plantão em suas centrais de atendimento.
'No
âmbito da saúde, a complexidade é
tão grande que nós nunca tentamos terceirizar
nosso call center', afirma Carlos Eduardo Santiago de
Carvalho, diretor de atendimento da Amil. De acordo com
Carvalho, a Amil desenvolveu um sistema próprio
e conta com 200 atendentes e mais 30 médicos, que
se revezam em plantão de 24 horas diárias.
'A nossa missão é dar a solução
ao cliente no momento em que ele necessita, com um atendimento
muito específico. Por exemplo, esclarecimentos
e orientações médicas por telefone',
explica Carvalho.
Na
Amil, são 130 posições de atendimento
(PAs) - estação de trabalho de um operador
de call center - que recebem cerca de 300 mil chamadas
mensais, sendo que, desse total, metade é de orientação
médica.
Por
esse motivo, o treinamento em recursos humanos no call
center da Amil é monitorado de perto pela direção
da empresa. 'O treinamento de pessoal, que acontece todos
os meses, recebe investimentos de US$ 100 mil por ano',
diz o executivo.
Para
a Sul América Aetna, o call center é um
capturador de informações. 'Trazemos para
a empresa informações sobre o cliente e
sobre o que ele quer do nosso produto. O call center é
muito mais estratégico que outra coisa', diz Marco
Antonio Antunes, diretor de operações da
Sul América Aetna. É uma central quase 100%
receptiva.
De
acordo com Antunes, os 180 operadores e 18 médicos
que trabalham no call center da Sul América Aetna
atendem por mês 550 mil chamadas. 'É um serviço
próprio e não consigo pensar em terceirização.
O social e o emocional caminham muito próximos
no nosso negócio', afirma o executivo. Ao todo,
são R$ 1 milhão investidos em tecnologia
e R$ 500 mil em pessoal.
Na
Bradesco Seguros, o investimento no call center nos últimos
dois anos foi de R$ 40 milhões em instalação
e equipamentos. Com 246 PAs e caminhando para mais 60
PAs até o final do ano, a Bradesco Seguros tem
540 operadores em sua central. A empresa também
optou por trabalhar com sistema próprio de call
center.
'Há
um maior contato pessoal com clientes e por isso a importância',
diz Luiz Carlos Nabuco, diretor de marketing da Bradesco
Seguros.
Segundo
ele, seu 'core business' é atender o cliente. 'Minha
matéria mais preciosa é o atendimento ao
cliente', resume o executivo.
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